quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Virgulino Madeira. Ladrão de feira.

Misdirection do vesgo Virgulino,
"Que manguito, que manguito!",
Aplicado hábil numa gorda feirante do Mercado Central
Malfazejo de menino, que no cimo da cabeça
Já nem era mais menino.

Mais um, menos um manguito em janeiro
É encher um copo cheio,
Martelar um prego enterrado,
É paquerar um admirador secreto!

Fazê-lo discreto: era só o que queria.
Porque andava por ali um polícia magrela
Que inda hoje tem muita raiva de vesgo.
Cela da delegacia lotava de besta de feira
E quem tinha vesgueira! ai quem tinha vesgueira!
O seu pau de dá em doido, bem maior que o dos outros,
Amolegava lombo e a saúde das canela rasteira.

Lampião por brincadeira. Virgulino Madeira.
Os olhos trocados e mil fiapos de manga entre os dentes
Pra berrar mais tarde que roubara, por baixo, dez manguitos
Três manga rosa, umas quatro espada
Por baixo, e a pobre Jací tinha de concordá-lo
Que era muito fiapo, bastante fiapo.

"Do mangote eu escapo, caroço esfiapo!"
Fazia melhores bonecas de caroço para Jací
Penteados diferentes nas loiraças
Esforço de fazê-las únicas e brincáveis,
Admiráveis senhoras,
Tomavam cházinho e eram mães de outras:
Maçãs de rosto esfiapadas, mangas chupadas.

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