terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

RADAMUNTONHO, POR APARECER

Radamuntonho entorta o verso até onde não dá mais pra ir; entorta feito leme de navio! Solta, gira ligeiro pro outro lado, vai dançar no convés, aproveitar o ridimunho, os extremos. O nublado cansa de desdourar magnificência e logo cai. Monstro marinho é ponta de grafite: quebra se forçado, que venham. Rochedo é sabotado pelo vadio, rochedos afundam. Radamuntonho, só ele, coleciona cento e sessenta e três rochedos naufragados, carangueijo marujo de bocado, perdidos nas profundezas do mar. E quem leva um cavalo, um potro preto pra essa viagem oceânica? Radamuntonho leva o esperto, garanhão inclusive nadador, nada infalivelmente em qualquer tempestade, dá orgulho de ver. As gargalhadas-relincho são de tal convidativas a ponto de Radamuntonho — isso acontece por várias vezes, quando o seu verso inda faz girar o navio num ridimunho alegre — abandonar a embarcação e montar o amigo pruma porra-loquice na maré. Ficam vários dias embolando nas ondas, rindo da falta de sexo dos tritões e naufragando rochedos. Se cansam, demoram muito mais para reencontrar o navio do que no próprio passeio. Sempre encontram-no com o casco suado, à todo vapor para longe dali, pra longe do navegante doidivanas. Tranquilamente, mesmo que na rota balançante do caminho singrado, os amigos, vento e popa, sobem no fujão. Enjoado de tanto rir, Radamuntonho vai direto na cabine de comando, entorta o leme ao máximo e dá um tapão pro outro lado: ridimunhe-se! Quando deita no convés, zomba até das nuvens lá em cima, que também entraram no clima de ridimunhar.

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