quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

OUTRA VEZ MARIA RONDA

Maria Ronda, no recorte, vivia estágio de sucumbir à primeira peripécia romântica de qualquer vadio de aí; fazia doce que derretia num bafo primeiro, não-me-toques forjados de uma moça velha. O buraco era o mesmo, o lodo nas calhas. Acender um cigarro pra encantar-se com qualquer homem, embora nunca o tragasse todo antes do desencanto. Toc, toc. Alfredo. Ai ai ai, ui ui ui, nem vem, nem vai, queria agora não, se enrola e cai nas graças do mar de leite roliço, na greta rubra. Dispara, Alfredo, faz esse favor pros vadios. E termina o cigarro, acende outro.

Assim alguns anos: gastou viço, ficou maior, a pele seca, garganta no fio de poucas pregas e mais. Maria Ronda, velha bactéria. Visitou-a, num dia qualquer de meia-idade, um gentleman, Radamuntonho, protagonista recém-chegado em sua trama, aquele que mudaria sua vida. Mas, na primeira impressão, o de sempre;

Com os olhos cheios
Seios na rua
Acaba seu dia maravilhada;
Leitosa molhada,
Goza servindo:
Empoleirada.

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