domingo, 13 de fevereiro de 2011

DONA DO ESTRAGO

Gardênia, abre as janelas, corre brisa e leva o cheiro dela;
Que é pra quando eu empombar com minhas narinas
E, de coçar, tirar sangue, deixar na carne viva
Sabatinas entre memórias de aromas indeléveis,
Saber, do lado de fora da redoma, existir um fio de odor que chama.

Toca, toca na janela, se fechada
Se adianta em qualquer fresta da taipa
Faz sopro no vidro, quando anunciada
Cilada fragrante, assalto aromático
Liberto do vidro, teor das essências
Misturadas, elas e nela, Gardênia;
Mas onde está Nela?

Tapei os buracos, não sei se respiro
Se boto, se tiro, meus dedos da fossa
Que ninguém merece, Gardênia querida
(Suspiro tristonho, fraqueza se apossa)
Gozar de perfume vitrificável...
Isso é gasto de tempo, isso é gasto de vida!

Amiga, se tenho um desejo louvável
É trazer para mim: Nela, a dona do estrago.

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