O jaleco branco e a maleta repleta de parafernálias médicas eram periferia do quadro, assim como o são na minha vida. Aquela foi foto de um "bom dia" interrompido, foto de uma surpresa boa... Não gosto de medicina; nem me surpreende, nem me agrada os dias. Fico, pois, na periferia.
Com desejo de quem come pelas beiradas, guardando o melhor, o recheio para o final, naquele quadro estático que eu chamaria sem dúvida de um prato de papa quente, me ative às paredes e ao chão do casebre. Barro só, obra feita às pressas, as ripas abraçadas na força bruta e uns buracos de caber mão dentro; se meus olhos, donos do momento, tivessem "flash", aposto que teria visto os insetos e seus ninhos nas fendas. Na parede, quadro de Ave-maria pregado e dois punhos de rede a ranger. Guardo a rede e sua hóspede para depois.
Varadas as primeiras colheradas, passo mais para o centro e vi os móveis poucos. Mesinha coitada, coitada de velha e pequena, com dois potes meados, um de feijão preto o outro de arroz. A estante pendia pra frente, ainda que calçada por nacos de calhas, mas não guardava nada; só podia ser fruto do lixo aquela peça. A cadeira pixota, na verdade, pedaços de tábua grampeados, e uma perna negra em repouso começam a entrar no centro, no meio, no recheio do quadro, do meu leitoso gostoso prato de papa.
A perna largada tinha os dedos dos pés cobertos de pó cinzento, pé descalço. Tornozelo açoitado de mosquitos e panturrilha blindada, sem picadas; digo até que bruxuleava tons marrons de tão lisa e intacta. Já no joelho, a cicatriz de um arranhão recente. Vejam que comecei a sentir sabores quando olhei mais acima da perna. O volume negro de erotismo bambo, repousado firme de penugem macia, me fez imediata e despudoradamente suar. Era uma senhorita sua dona, nova pelo comprimento, mulher feita por sua largura e atrativos. E olhem aqui a rede e sua hóspede, o centro do prato.
Do ângulo que estava e do balançar, se me permitem acabar com o quadro estático e fazê-lo de alguns instantes, a perna esticou e contraiu, esticou e contraiu; foi quando o erotismo fez-se firme e a perna repousada, bamba. Continuo. Vestia um trapo de vestido branco, encolhido onde meus olhos não alcançariam direito qualquer coisa, a outra perna pendia solta do lado oposto da rede. Não vi ali as graças internas de suas coxas. A rede era tão baixa que a menina tinha uma de suas mãos no chão, levantando poeira no vai e vem de dedos cinzentos. Consegui no balanço admirar o busto florido, adolescente, broto negro erógeno que inflava os farrapos. Num instante, ela vira o rosto para mim e pára de balançar.
Com desejo de quem come pelas beiradas, guardando o melhor, o recheio para o final, naquele quadro estático que eu chamaria sem dúvida de um prato de papa quente, me ative às paredes e ao chão do casebre. Barro só, obra feita às pressas, as ripas abraçadas na força bruta e uns buracos de caber mão dentro; se meus olhos, donos do momento, tivessem "flash", aposto que teria visto os insetos e seus ninhos nas fendas. Na parede, quadro de Ave-maria pregado e dois punhos de rede a ranger. Guardo a rede e sua hóspede para depois.
Varadas as primeiras colheradas, passo mais para o centro e vi os móveis poucos. Mesinha coitada, coitada de velha e pequena, com dois potes meados, um de feijão preto o outro de arroz. A estante pendia pra frente, ainda que calçada por nacos de calhas, mas não guardava nada; só podia ser fruto do lixo aquela peça. A cadeira pixota, na verdade, pedaços de tábua grampeados, e uma perna negra em repouso começam a entrar no centro, no meio, no recheio do quadro, do meu leitoso gostoso prato de papa.
A perna largada tinha os dedos dos pés cobertos de pó cinzento, pé descalço. Tornozelo açoitado de mosquitos e panturrilha blindada, sem picadas; digo até que bruxuleava tons marrons de tão lisa e intacta. Já no joelho, a cicatriz de um arranhão recente. Vejam que comecei a sentir sabores quando olhei mais acima da perna. O volume negro de erotismo bambo, repousado firme de penugem macia, me fez imediata e despudoradamente suar. Era uma senhorita sua dona, nova pelo comprimento, mulher feita por sua largura e atrativos. E olhem aqui a rede e sua hóspede, o centro do prato.
Do ângulo que estava e do balançar, se me permitem acabar com o quadro estático e fazê-lo de alguns instantes, a perna esticou e contraiu, esticou e contraiu; foi quando o erotismo fez-se firme e a perna repousada, bamba. Continuo. Vestia um trapo de vestido branco, encolhido onde meus olhos não alcançariam direito qualquer coisa, a outra perna pendia solta do lado oposto da rede. Não vi ali as graças internas de suas coxas. A rede era tão baixa que a menina tinha uma de suas mãos no chão, levantando poeira no vai e vem de dedos cinzentos. Consegui no balanço admirar o busto florido, adolescente, broto negro erógeno que inflava os farrapos. Num instante, ela vira o rosto para mim e pára de balançar.
Deus, eu simplesmente adoro o que faço.
Ela completou meu bom dia e eu pude me movimentar.
Disse que era dia de consulta, espiei se tinha alguém lá fora
E tranquei a portinhola.
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