Aleijado
Se algum dia tu andar, inútil, é improvável que o faça, se chance há, quero que caia em meio ao concreto fervente. Quero te ver fora do leito improvisar um outro onde haverá mais sangue fora que dentro; só sentirá arranhões faciais, diabo. Tu é um morto. É cabeça estática, trabalhosa. Que tu oferece mundo se um prego tu não pode pregar? Miséria! Por que gerei esta podridão, Deus? Foi castigo. Se nunca te deixei, foi por medo dum pior. Foi covardia, não fosse isso, era prazer ser o maior dos covardes e nunca mais te alimentar. Sou velha, tomasse minha vida, nunca dela tirei proveito. Ah, doente, bebe logo desta sopa, o sol já vai caindo, amanhã tu bebe outra.
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