segunda-feira, 15 de setembro de 2008

MATA URBANA II

Desprovido de alma, de pensar
Sem mesmo roupas, fraco no andar
Mutilado seu sexo, era contramão
Luzes altas cortavam toda direção.

Cadência forte, as luzes que mexiam
Em duplas, cabeça confundiam
Por pouco erravam o nosso andarilho
Desviavam no ato, pra elas, empecilho.

E na mesma cadência, vinha mal-estar
Dor imensa, fraco no andar
Membros estendidos, era um pedido
Que nem mesmo neste estado era respondido.

O fez pensar primeiramente no prazer da carne
Olhar pra baixo e não tê-lo, feria arte
Consequente fraqueza que chegava
Sangue se ia em medidas vastas.

Desprezando a vil compaixão humana
Há tempos fechada no conceito do eunuco
Em mata fechada, passa uma auto-estrada
E nela se morre, e nela se mata.

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