quinta-feira, 10 de julho de 2008

Mato

"Sente, prova desse mato."
Há muito era vasto e verde.
Uma imensidão! Eram campos cobertos,
Abertos ao vento, foram tempos e tempos
Sempre uniforme, moldado pelos anos...
A mesma mão que cuidava, apoiava-se na relva
Tudo era uma ponte! Junto com a brisa vinham os sonhos
Os desejos, " Sente! Que cheiro! É o mato, mulher! Escuta..."
Piados, seus ecos, o balanço das árvores (belas!) precipitavam-se aos ouvidos
O senhor tão menino, ria da força destes estímulos e os sentia como nunca.
Duas fragéis criaturas ali, entregues ao mato, ao que este proporcionava.
E naqueles campos, deitavam-se sobre seus antepassados
Agora parceiros no crescer do mato, no equilíbrio da relva.
Sabiam que ali estavam reservados seus lugares
Cabendo aos seus filhos deitarem-se onde hoje se encontram.
Tudo! , mesmo sendo um ciclo, tudo para o senhor era único.
Como gostava da rotina, do cultivo, do seu mato!
Agarra firme as plantinhas, "Belas..."
Entre os dois, um aperto forte de mãos
Mas naquele momento afroxou-se, um braço cedeu.
Sorriso permanece no rosto, e se vai!
Para onde o mato guiava sua mente, talvez para o que inexiste.
Quando a mulher percebeu, com esforço, o abraçou
E não soltou até que o encontrasse...
Ou até que inexistisse.

Luiz Víctor 10/07/08

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