terça-feira, 1 de julho de 2008

Lua

"Encosta, luta, desvencilha-se , vem!
Quero você por perto sempre, vem!
Ainda é tempo, nem mesmo as luzes de cima acenderam-se
Nem passos acompanham os teus, vem!
Vem amiga, o tecido é escorregadio, as pedras lisas
A corda frágil, e só o meu amor difere;
Este não parece nem um pouco com tais objetos
E com ele o tecido se mantêm, as pedras me seguram
As cordas não desfazem-se; Vem amiga, vem!
Escuto daqui que queres vir, o palpitar vital denuncia tua vontade
Ele que deve fazê-la agir, vem!
A Lua cheia banirá teus medos, amiga.
Deus ajuda os que amam e os que fazem pelo amor...
A pôs lá hoje, encorajou-me hoje e o caminho é ameno.
Também dizem da beleza do Norte, amiga.
Ah! Se verdade? Vem! Saberemos se vermos!!
Ah! Se mentira? Deus é justo...
E locais belos encontraremos em qualquer lugar que formos!
Força a janela, amiga!
Olha para fora, minhas mãos tremem...
O amor é forte mas não desafia por completo nosso físico.
Quem dera se personificado... Teriámos um gigante...
Bem armado, robusto; Cordas e pedras seriam desnecessárias
Apenas ordenaria que derrubasse este castelo,
Que a trouxesse para mim. Seria fácil...
Como doem as mãos, amiga...
Peço que... Sim! Tu...
Meus olhos lacrimejam, amada... Tu és linda.
Estou tão no alto... Tão em cima! Que grande torre!
Mais perto da tua beleza, iluminada pela Lua!
Não hesita mais, amada, vem!
...!
Agora, amada, vem!
Não!... Não fecha a janela!!
Por favor, abra-a..."
E realmente era bem alto
Não sabia se chovia, ou se ele mesmo chorava
Mas o tecido era escorregadio, as pedras lisas, a corda frágil
As mãos tremiam.
Olhando a Lua, agora uma bola vilã
Um presente de um fantasma,
Uma esfera que brilhava, mas que ainda assim não o iluminava,
Desfez-se do seu amor como os dedos da corda
E da corda o parapeito
E do Mundo outro galã.

Luiz Victor 02/06/08

Nenhum comentário: