quarta-feira, 12 de março de 2008

MARIBEL E LUCINDA

Frequentemente, cobertas por seus costumes
As duas freiras, gado e ovelha iam alimentar.
Na montanha, distante dos sons monótonos
Das canções e hinos a cada nota odiados.
E ali brincavam e por vezes se tocavam
Segurando o feno, trabalho tão amado.
O gado amansa, ovelhas as rodeiam
Assistindo toda a dança do poder de serem humanas.
Maribel, a mais pálida da dupla
Tange os bichos, isola a área, seu lugar.
E Lucinda já gozava de sua sombra
Ao ver a outra empenhada à assustar os animais.
Aproximam-se e se amam inocentes,
Despidas, descrentes daquilo que fora escrito.
E no convento, a velha madre enrugada
Tão sacra, pura, lacrada
Solta fogo pela vulva bulinada
A qual por anos constantemente lubrificada.


Luiz Víctor

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