quinta-feira, 20 de novembro de 2008

recado

não quero mostrar nuvens, fumaça
nem sou louco, nem muito fumaça
das nuvens que faço chover, sai fumaça
nunca embaralhe, embaralho desta massa. fumaça.

sou os raios que correm por cima, é força.
quando meus dedos caem, imprimo força.
e diferente caem todas as gotas, diferem. fumaça.

são elas tão espalhadas no atual
pedem olhares interpretativos, há quem faça
enquanto chove minha chuva, sem fumaça
ilumiando de umidade os ressecados. sem fumaça.

cresço e mostro e falo.
regressam os que permanecem nas brumas
vou me igualando aos deuses enfeitados
vou merecendo postos, ser condecorado
vou cantando, esguio da fumaça
perseguidora, pois tem quem a faça
e num assopro grande largo, estupefaça!
chove chuva e leva ela de mim. fumaça.

2 comentários:

JUAN BARTO disse...

E a vida é isso mesmo, fumaça escapando pelos dedos e a gente tentando aprisonar onde der, pulmões, lareiras chaminés.
Só mais um pouquinho..por favor só mais um pouquinho!!
sp mais 5 minutos mae.
obrigado por ter me lido

Anônimo disse...

Cara, você escreve muuuito.
Adorei.
parabéns! Beijos!