sexta-feira, 7 de março de 2008

Mata urbana

Mata urbana onde ela está?
Perdida?
Tranquilamente passeia por entre as árvores.
Esqueceu. Perdeu a memória.
Nada lhe importa, pois estática
Admira a criatura.
É uma nova libélula libertando-se do seu confinamento.
A criança aproxima-se e espera.
Primeira asa. Segunda asa.
O menino está rindo.
Não normalmente.
Tem algo insano em sua expressão.
Fecha a mão sobre a líbélula.
Priva-a do seu primeiro vôo.
Agora esmaga-a. Impassível.
"Que sinto?", pergunta-se.
Era prazer. Um prazer enorme.
Não entendia.
E na reflexão percebeu onde estava.
Pôde agir normalmente.
Gritou: "Mamãe!" e chorou.


Luiz Víctor

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