Numa madrugada, numa estrada de barro.
Desdentado. A bimba do lado de fora, tomando um vento seco.
Por ali só tinha um menin, vestido de paletó,
Trabalhando mandíbula debaixo de Lua,
Com um bisacão de couro pra do lado.
O menin que mascava o que fosse, mais pra um dente de ai roxinho...
E isso é bom?
É a nova tentavia, seu Tonho!
Cuspiu umas casca de ai por cima dos pés descalço.
Cá na boca fazer um híbrido dum vegetal co animal, uns dentinho branquinho com gosto de ai, ou uns ain roxinho com gosto de dente, que já faz falta na mesa de muta gente.
E presta?
Que só! Olha o gololô, e mostrou. Era um gololô que só.
E tempero come sem nada?
Tonho burro! Tu já provou uma pitada de dente?
Nunca não. E é bom?
Que só! Vê, e mostrou.
Cuspiu na mão um incisivo e tirou do bisaco um ralador. Ralou um punhadinho de dente.
Pegue cá, e ofereceu.
É delícia!, Atonho deu um sorriso banguelo, desceu fácil.
É bom demais!, sorriu o menin dos dente de ai, lanchando seu lanche de cálcio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário