Até amanhã, Genaro, e boa sorte:
Leva teu couro embora!
Minha saia comportada nunca sobe
O pai do silêncio segura minhas rédeas
A mãe da costura tricota meus passos.
Os cavalos inquietos nos espiam
As moscas asquerosas nos rodeiam
Bactérias relutantes nos atentam
O vento, Genaro, sopra em desafio.
Os bois defecam, o cheiro podre
Os criados, bom Genaro, nos espios
Olhares pertinentes das galinhas.
Percevejos verdes em ti pousam
o sol aperta, as nuvens chovem, as amas chamam...
Tua mão de calos, minha pele fina
Logo ouço estalo, uma de minhas mãos.
E tuas botas sujas, minhas sapatilhas
Teu chapéu surrado, de brilho o diadema
Tuas desconversas, meus vários discursos
Tua viola velha, meu Chopin divino.
Mas quando as amas dormem, quando as nuvens se dissipam
O sol se esconde com os percevejos.
Quando as galinhas param, quando os criados partem
O cheiro podre se fecha com os bois.
Quando o vento estanca, quando as bactérias cansam
As moscas se vão repousar nos cavalos dormentes.
E quando a mãe se livra da delgada agulha,
E quando o pai afrouxa em roncar parado
Genaro, sim Genaro, minha saia sobe
Traz logo teu couro!
Nesse intervalo, trata de livrar-se das botas
Do chapéu, e cala, por favor, cala!
Fazenda de de noite é bem mais livre!
Mas se insiste em prolongar, que seja, essas nossas horas
Até amanhã, meu bom Genaro, e boa sorte!
Um comentário:
pow
poderia ser Adalberto
husahusauhashusauh
Genaro
que nome grosso
ótimo texto,boa estrutura!!
Postar um comentário