terça-feira, 4 de novembro de 2008

ASCENSÃO I

Pelo menos um disparo pro alto, hei de executar!
Mas que tolo esse capitão! Esperar? Negociar?
Lá chegam os emplumados, trotando projetos de cavalos.
Negociar!? "Segurem o fogo", diz capitão.
Pois tenho mais que fogo.
Na ponta da flecha, na extensão do meu arco
Tenho sangue coagulado dos meus pais, aqueles valentes
Tenho metal sangrado deste povo que miro alvo.
Nosso emplumados aproximam-se, iniciam diálogo.
Negociar!? Bem que ocorria paz há anos.
Novamente vinham eles, toda a prole
Exigir por meio de papéis mortos, direitos em nossas terras.
Negociar desta feita será impossível, meu péssimo capitão.
Num esticar de olhos e de braços: Voa, Flecha!
Crava em garganta descoberta o meu ódio, meu desejo, Flecha!
A prole se levanta atrás dos montes, venham legiões, capitão!
Acabou-se por hoje essa paz forçada.
Caem sobre nossas muralhas de centenas,
Milhares de braços desonrados...
Estiquemos os nossos, companheiros.
Conto vinte e sete flechas. Todas possíveis, vibrantes.
Chamo a mim mesmo Capitão.
Não errem nenhum dos tiros e estaremos salvos.
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